26/12/08

Cinepédia

Começo neste instante uma nova rúbrica no brain-mixer. Nova, nem por isso, que quem a conhece da TAKE, sabe que já existe desde o seu nascimento. Com a minha participação na Take como colaborador onde mantenho esta rúbrica, elevo aqui no blog a Cinepédia a um patamar mais "visual". Com mais imagens, mês a mês, recapitularei os textos das edições anteriores da revista.
Espero que gostem. E que comentem.



Mockumentário
(mockumentary, mock-dock, pseudo-documentary):

Mock + Documentário: Que numa tradução livre seria imitação de documentário. O seu conceito é um novo estilo de cinema que se fortalece cada vez mais em Hollywood. Por grosso, é fazer um documentário de algo que não ocorreu na realidade. A linha da ficção e realidade mistura-se e confunde-se. Baralha os espectadores e até mesmo o próprio modo de ver e fazer cinema.

Parcialmente ou totalmente improvisado, com apenas umas linhas-guia do que fazer ou comportar perante tal situação, muitos deles não têm guião, o que leva a que o sentido de realidade seja mais apurado. Raramente contém banda sonora, usando apenas o som ambiente para sonorizar o filme. A música que se ouve no rádio do carro ou da aparelhagem, algum músico que toca acordes instrumentais, ou a cantar, etc. Tudo o que seria a nossa banda sonora na nossa vida real. O modo de como é filmado todo e qualquer acontecimento é uma das imagens de marca do Mock-Doc. É a câmara instável, quase amadora, hesitante em alguns momentos no registar a situação. É a imagem em bruto, rude e crua como mostra o desenrolar da acção. Geralmente é usado para um tom de sátira e comédia, tal acontece com assuntos mais banais da vida. Mas o mais frequente é quando envolve algum tipo de desastre ou catástrofe. Falsas reportagens noticiosas dadas por verdadeiros jornalistas são frequentes, incluindo entrevistas com peritos reais ou ficcionados. Na sua maioria, o mockumentário provoca grande polémica devido ao assunto que toca.

As origens de tornar uma ficção como realidade já vêm de longe. Orson Wells originou provavelmente o primeiro exemplo do género com a sua transmissão radiofónica sobre o War of the worlds de HG Wells, acontecimento que decerto toda a gente já ouviu falar. A BBC ela própria é hoje uma grande produtora deste tipo. Os mais recentes documentários focam sobretudo situações que “poderiam acontecer”, como exemplo supremo o já longínquo The War Game de 1965. Demonstrando o efeito de uma explosão nuclear numa cidade inglesa e suas repercussões, criou choque entre os espectadores da altura devido ao seu realismo nunca visto. Foi este filme que determinou o sucesso do formato para a BBC.

Mas só muito mais tarde o termo "mockumentary" apareceu, apenas nos anos 80 quando Rob Reiner descreveu assim o seu filme This Is Spinal Tap numa entrevista, história de uma banda fictícia filmado como que um documentário se tratasse. Essa era a criação de um novo género, longe dos clássicos formatados que Hollywood produziu desde os seus primórdios. Um filme já não se limitava em ‘acção’, comédia’, ‘drama’ ou ‘terror’ e os sub-géneros proliferaram através destes quatro gigantes. Mas o mockumentário pode ser até chamado de anti-género. Ele atravessa todos eles, dando-lhe o seu toque pessoal, quebrando as rígidas linhas do academismo Hollywoodiano. Forgotten Silver de Peter Jackson é um documentário presumindo-se “à séria”, enganando meia Nova Zelândia, ao fazer crer que um cineasta do tempo do mudo esquecido pelo público e crítica existiu realmente.

O estrondo ouviu-se em 1999, quando o fenómeno Blair witch project surgiu nos cinemas, apresentado ao mundo como as películas descobertas de um grupo de estudantes desaparecidos anos antes no bosque assombrado de Burkittsville. O sucesso do filme foi o momento-chave para este formato notado pelo seu mediatismo imparável tanto na tv como na internet. Na época a publicidade do filme foi feita como se as imagens fossem reais e os personagens realmente existissem. Todos caíram na armadilha...

Muitos outros se seguiram: Series 7 – The contenders, com um reality-show mortal versão Big Brother onde os concorrentes têm de se matar uns aos outros para ganhar. Até a série X-files lhe apanhou o gosto, com o episódio "X-cops" a divagar sobre os mitos urbanos e cultura pop de terror. Supervolcano narrava o que aconteceria se o vulcão de Yellowstone entrava em erupção, estilo blockbuster-documental, com direito a entrevistas aos intervenientes. Borat desbravou terreno. Onde começa a ficção e acaba a realidade? Muito do filme é apresentado como situações reais e é verdade que Sasha Baron Cohen levou com dezenas de processos (esses bem reais!) dos que involuntariamente lá aparecem. Kenny, filme australiano de 2006, consegue com uma ideia simples criar um filme sólido e divertido sobre a profissão mais inglória do mundo: Limpeza de retretes.

Death of a President, um mockumentário altamente controverso de 2006 apresentado como tendo sido produzido em 2008, detalhando o assassinato do presidente dos EUA George W. Bush em 19 Outubro. Usa imagens de arquivo para dar o sensacionalismo pretendido para o filme. Surf’s up, quando o mockumentário até já chegou ao cinema de animação. A história dos pinguins surfistas é contado pelo ponto de vista de uma equipa de filmagens que acompanham o torneio mundial de surf.

Este ano apareceram uma série de novos "mockumentários". Primeiro chegou-nos da Espanha REC, que conta a história de uma equipa de reportagem jornalística cobrindo o dia-a-dia dos bombeiros num dia em que são atacados por uma casa infestada por um vírus. Os Norte-americanos já tinham o seu remake a caminho, chamado Quarantined. Diary of the dead é o que seguiu, com a mesma temática de sempre nos filmes de Romero: Zombies. Nada de novo, portanto. Não contando com Cloverfield, que certamente popularizou ainda mais o estilo pretensamente ‘real’ entre o cinema 'mainstream'.

O Youtube tem difundido inúmeros casos de indivíduos que produzem semi-documentários sobre as suas vidas pessoais, profissões ou apenas o acidental dia-a-dia de qualquer um. É barato, fácil (ou assim parece) e dá protagonismo instantâneo a quem tem a sorte de receber o mediatismo esperado. Para fazer o seu mockumentário, basta para isso ter uma câmara de vídeo (a qualidade não interessa. Quanto menos definição obter, maior realismo obterá), muita criatividade e alguns amigos que o ajudem a teatralizar as situações.




E saibam também que …
Faux Documentary (Documentário falso), um irmão do Documentário e do Mockumentário. Adapta elementos característicos do documentário tradicional, como a câmara instável, narração, entrevistas com personagens, mas não reflecte totalmente o objectivo do formato documental. Não pretende ser uma versão documental do acontecimento, apresentando esse facto como facto real ao espectador, mas apenas dando um lado de ‘cinéma-vérité’ ao filme...
Se o Documentário dá o conhecimento de que há uma equipa de rodagem presente, o Faux-documentário raramente o faz, demonstrando cenas em que os actores fazem coisas que nunca fariam ou diriam se uma câmara estaria presente. Confuso? Basta para isso ver um episódio da série The Office para perceber a ideia. Curb Your Enthusiasm de Larry David começou com este formato, o que criou uma atmosfera demasiado perturbante para uma série de comédia.

Não confundir com:
Dogma 95, o movimento definido por Lars Von Trier e Thomas Vinterberg. Foi a criação de um cinema mais realista e menos comercial. Embora partilhem algumas das mesmas características, entre elas o uso de câmara e seu modo de filmar, ausência banda sonora, etc, há mais restrições nas regras criadas pelos dois cineastas. A proibição de efeitos e filtros, a obrigação de se passar em tempo real, entre outras limitações na sua produção tornam-no um movimento tão radical como intrigante.

Cinema de guerrilha: Consiste basicamente na forma de filmar “em cima do acontecimento”, com câmara ao ombro mesmo que isso afecte a estabilidade do plano. O objectivo é de dar o maior realismo à cena. Regra geral é ser utilizado em sequências de grande acção, tais como perseguições, cenários de guerra ou luta. Os casos mais flagrantes são nos formatos épicos, históricos e biográficos. Bloody Sunday, o Resgate do soldado Ryan e Children of men são bons exemplos disso.

Artigo publicado na TAKE 0 de Fevereiro 2008

21/12/08

Orelhas para que vos quero

Estava cá comigo pensando num pequeno (pequenininho) Copy/paste, quando dei conta que isso não tinha qualquer cabimento. Porque isto não passa de uma piada, de uma gargalhada, de um fait-diver.

Os orelhas!!


(Agora a sério, o Zé só tem orelhas de alcunha. Ora vejam lá bem se agora se nota alguma coisa? O Luís Filipe Vieira esse sim, de nome e proveito, eheheh!)

19/12/08

The Informer

quem diga que faz lembrar o Informador, aquele com Russel Crowe mais gordinho. A mim, pelo contrário, faz lembrar algo totalmente diferente e muito mais genial!
Ora faça-se suspense e sigam o link...

17/12/08

TAKE 10

Take de Dezembro ONLINE.
A nº 10, já vai numa dezena, sem contar com a Zero.






E porque Tom Cruise, invejoso por não ter sido capa, anda à cata das páginas do Manoel. Para ajudar, posso dizer que ficam 14 páginas mais atrás das dele...

11/12/08

Equação Aritmética

Rei Leão
(O retorno de um leão que se distanciou da família, com rivais lá pelo meio e um punhado de bons amigos das andanças do passado)

+
Happy Feet
(O filho não é aceite como pertencente à comunidade devido aos seus gostos pela dança)

+
Joe Contra o Vulcão
(Um deprimido aceita ser o sacrifício para um vulcão)


=
MADAGÁSCAR 2

05/12/08

Copy / Paste

<<Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma...>> LAVOISIER

Cidades Voadoras
Nos céus, entre as nuvens, nas alturas ou mesmo no espaço, a civilização torna-se num mundo próprio.


SW5 - Império Contra-ataca
(Bespin, cidade governada por Lando Calrissian, vive da indústria para sobreviver. Apesar de distante e fora de mão, têm um grande domínio naquela região)


Dark City
(Toda a cidade é uma gigante estação espacial extraterrestre, manipulada pelos Estranhos)


Viagens de Gulliver
(O aventureiro Gulliver descobre uma ilha voadora que percorre aqueles mundos fantasiosos. A ilha de Laputa - sem obcenidades - é um reino de devoção à Ciência e às Artes)


Ou a sua representação em aventuras animadas:

Castle in the Sky
(Hayao Miyazaki serviu-se de Gulliver como inspiração para o seu Castelo Voador. Laputa, a última cidade que se mantém nos céus é desejada por piratas que querem conquistá-la)


Gorillaz - Feel Good Inc.
(Jamie Hewlett admite que a inspiração vem de Miyazaki e do seu Castelo Voador. A ilha representa o estado subconsciente da mente de um indivíduo)


Sky High
(Como o nome indica, é uma Escola Secundária no meio das nuvens. Para se lá chegar, claro pois está, há um autocarro escolar com rockets propulsores)


Dragon Ball
O Lookout de Kami é uma plataforma que orbita em redor da Terra. Na saga Dragon Ball é o local onde se instala o Todo-Poderoso (aquele Namek verdalhusco), ficando mesmo por cima da Torre de Karin.

02/12/08