A princípio pensei que este filme se tratasse de uma comédia. Estranho, porque depois de ler a sinopse, senti algo mais como o Number 23 ou o Donnie Darko...
Mas o filme foi-se tornando cada vez mais opressivo e distorcido. Percebi que a alegre primeira parte fazia parte do jogo fílmico.
Para quem torce o nariz a Ryan Reynolds, fica abismado com o que ele consegue demonstrar aqui. Se no início parece-nos algo carcatural (faz parte do jogo fílmico, lembram-se?), vai adensando a(s) personagem(ns) numa espiral de tormento. Ele arranca o que precisa dos momentos dramáticos o suficiente para tornar credível o suficiente o que lhe vai na alma.
Os neurónios começam a agitar quando aparecem os tais números 9 em todo o lado. Ok, isto não é o Number 23 e nem é isso o mais importante na narrativa. São apenas algumas pistas para fazer ligações entre os três segmentos. O que mais mexe com a cabeça é o cruzamento dos diversos "mundos", tal e qual um puzzle multidimensional.
Quem viu o Stay, The I Inside ou o mais recente Passengers, não fica surpreendido com as respostas dadas. Não há surpresas inovadoras ou finais surpreendentes, mas no final, a conclusão é satisfatoriamente complexa para nos deixarmos envolver com estes personagens. Este é o grande trunfo do filme. Mais que um bom twist, ele deixa isso para um canto e dá-nos um convincente thriller dramático.
De 1 a 5:
4 neurónios para a complexidade narrativa
3 estrelas para a qualidade cinematográfica.
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