18/10/05

Surpresas criativas - parte 2

Regresso aos filmes (ainda) mais experimentais, curiosos e originais.
Outros para acrescentar ao rol de filmes alternativos e para dar uma vista de olhos:

Dogville
Filme de Lars Von trier com Nicole Kidman. Utilisa todo o cenário como simbologia de uma sociedade e uma povoação do interior dos Estados Unidos. O chão é delimitado com tinta, como se de paredes se tratasse e há algumas mobílias e acessórios que reforçam o significado do local.


Branca de Neve
Não gosto do realizador, não gosto do estilo e não gosto da obra. Mas tenho de admitir que este filme é uma coisa curiosa... João César Monteiro, figura polémica e artista reconhecido lá por fora fez este "filme" que toda a gente conhece ou ouviu falar. Mas continuo a achar que o devia ter feito para festivais de curtas-metragens em vez de circuito comercial e com fundos estatais...


Evita
O cinema cantado. Todos os diálogos do filme são entoados com melodias, por vezes cansativas e enjoativas. Negatividades à parte, é o grande exemplo de "musical-total" e Madonna até se safou ao lado de Banderas. Tommy de 1975, tinha inaugurado essa especialidade onde até os franceses lhe provaram o gosto em "On connait la chanson".


A corda
A intenção de realizar um filme inteiro como plano-sequência único, apenas manipulado em situações-chave com cortes quase imperceptíveis devido ao limite de filmagem das bobines de 12 minutos, mas ainda assim não interrompe a ligação narrativa e visual do plano. Mais recentemente, Aleksandr Sokurov com "Russian Ark" procedeu ao extraordinário feito de conceber o filme inteiro num único plano-sequência, sem recorrer a qualquer corte durante 96 minutos... Quase como o teatro audiovisual, onde a única limitação é a da criatividade.


Empire/Sleep
Na linha de filme-sem-parar, há estes filmes experimentalíssimos de Andy Warhol. O Empire resume-se a isto: Durante 485 minutos, um plano estático do emblemático edifício de New York durante um dia. Zzzzzzzzz... O filme é para dormir? Vejam então o outro, Sleep, onde é a mesma ideia, mas com um indivíduo a dormir num filme de 321 minutos. Não estou a aconselhar ninguém a vê-los, mas vale a pena ter conhecimento destas obras!


Interstella 5555:
Um filme de animação cujas imagens ilustram a música integral de um disco: Uma história de Ficção-científica ao som do 2º álbum dos Daft Punk. Criado como um gigantesco videoclip sem perder a sua integridade narrativa. Um mais antigo e do mesmo estilo é The Wall de Alan Parker.

16 comentários:

Anónimo disse...

Fiquei bastante interessado nos filmes "Empire" e "Sleep", pois parecem-se ser obras bem singulares :) Mais um excelente post brain-mixer, continua assim! See ya

Coutinho77 disse...

Uma referência para o blair witch, Sem dúvida experimental e com grandes resultados de bilheteira. Quanto ao "empire" e ao "sleep" desconhecia em absoluto. Abraço!

brain-mixer disse...

Para o Project Blair Witch dediquei um post sobre o tema interessante dos "Mockumentários".

Podes ler acedendo aí à direita em "artigos";)

Coutinho77 disse...

Cool. Bom artigo. Já nem me lembrava daquela "autópsia do alien"... credo...
Quanto ao documentário do blair witch, tens toda a razão, é tão ou mais assustador que o filme. Abraço!

Anónimo disse...

Edgar onde vais tu desencantar estas obras? :D

Realmente o experimentalismo é muito bonito mas também deve ter limites. O branca de neve sendo financiado achei um atentado!
Empire e Sleep não faço a menor ideia qual seria a intenção do realizador mas não devia ter de certo intenções objectivas ao nível comercial...

Alguns dos exemplos que deste remexem e de que maneira o cérebro e alguns flip-downs podem não causar danos de memória mas fazem-nos parecer estupidos! lol :S

Um abraço! :)

brain-mixer disse...

André:
Concordo contigo! Abaixo o estupidismo :P
Quanto ao Andy Warhol, lembra-te que ele era artista conceptual e dedicava-se principalmente À serigrafia. Neste caso, deu um pezinho no vídeo. É como se fosse produzido exclusivamente para exposições e museus...

Membio:
Lembra-te que já tinha falado no Memento na primeira lista de "surpresas criativas". Quanto aos outros que referes, tens razão: O Tron foi em 1982 uma experiência totalmente inovadora!

Anónimo disse...

Realmente, o Empire e o Sleep são dos mais curiosos que já vi. Acho que não ía conseguir vê-los até ao fim :S lol.

Abraços

brain-mixer disse...

Se eu os visse era em Fast Forward x32, eh eh!

Francisco Mendes disse...

Uma surpresa criativa tendo em conta é época foi igualmente "Metropolis" de Fritz Lang. Ainda hoje estou abismado com este filme.

Mais um excelente post Edgar, parabéns!

brain-mixer disse...

Todos os dias a descobrir coisas novas ;)

Por falar em Metropolis, ainda não vi a versão anime de Rintaro e tenho-o por lá em Divx...

brain-mixer disse...

Sim, claro... Eu não o referi devido à lista deste post... Foi só um comentário à parte. É que nunca mais me lembrava que tinha lá aquilo e o Francisco lembrou-me de repente :P

Johnny disse...

Aparentemente, todas as pessoas que conheço aproveitaram para passar a roupa a ferro enquanto passava o filme Branca de Neve, na televisão. Porque o filme pode ser um desperdício de tempo e fundos estatais, mas é inegável que é o único que permite ao espectador estar entretido a fazer outras coisas sem precisar de estar a olhar para o ecran...

gonn1000 disse...

Só vi "Evita" (não gostei) e "Dogville" (inovador, sim, mas não creio que seja a obra-prima que muitos apontam). Os restantes parecem curiosos, mas acho que não teria muita paciência para os do Andy Warhol...

Unknown disse...

destes todos, dogville é mesmo aquele que mereçe ser visto como um filme à séria...

brain-mixer disse...

A lista que apresento não justifica inteiramente que os filmes sejam de qualidade :D

E lembro que mesmo maus filmes também podem ser diferentes, eh eh!

Anónimo disse...

Enjoyed a lot! »