03/12/07

Batalha dos três Reis

"Filmes Portugueses JAMAIS realizados"

Aqui visada a ausência para valorizar projectos ambiciosos no cinema português. Uma análise de como poderia ser apoiado tanto pela visão espectacularmente exagerada do realizador, como na nossa realidade acaba por ser cepticamente avaliada como improduzível em géneros nunca explorados no nosso cinema. Apoiando-se bastante em géneros históricos, épicos e grandes orçamentos, filmes nunca feitos, nunca produzidos e até talvez mesmo delírios que nunca ninguém se atreveu levar avante... Transformando o nosso "cinema" numa espécie de blockbuster tuga, produto comercial e de entertenimento.


Storyline
Dois amigos que involuntariamente se vão encontrar na batalha, lutam lado a lado por um regresso feliz e ilesos. Pela sua valentia, reconhecidos pelo rei serão dois dos que lutarão ao seu lado, tentando ajudar numa batalha surrealmente inútil.

Orçamento
45 milhões de euros numa Co-produção Luso-espanhola, épico delirante e megalómano filmado "à antiga", ou seja, sem muitos efeitos visuais ou cenários digitais. Um pouco ao modo do Ben-Hur, por onde passaram milhares de figurantes. Mesmo assim, o custo até foi surpreendentemente baixo.


Recepção do Público (Boxoffice)
300 mil portugueses viram o "Desejado", embora a meta a atingir seria largamente os 500 mil. A elevada duração da película (três horas) foi uma grande dose para quem queria assistir a um filme mais leve. Salve-se a grande produção e imponência nas batalhas, que valeu à sequência final de quase uma hora de acção um aditivo extra para não adormecer.

Recepção da crítica
Má recepção devido ao estilo adoptado de "Blockbuster". A historieta de amor é forçada e o Rei não convence na interpretação. A crítica comparou-o a um Alexander meet Pearl Harbor, com os aspectos negativos a realçar a incredibilidade histórica, os momentos inúteis de diálogos burocráticos entre os dois reis da Penísula Ibérica e a donzela enfadonha que chora esperando pelo amado no cais da capital.

Momento do filme
D. Sebastião desaparece por detrás de uma duna envolto em pó, o seu último acto é um grito de dor. A batalha prossegue sem se darem conta de que o líder não mais está de pé. A chacina continua com a extensa planície de areia toldando-se de vermelho.

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