16/12/07

Em campo

"Filmes Portugueses JAMAIS realizados"

Aqui visada a ausência para valorizar projectos ambiciosos no cinema português. Uma análise de como poderia ser apoiado tanto pela visão espectacularmente exagerada do realizador, como na nossa realidade acaba por ser cepticamente avaliada como improduzível em géneros nunca explorados no nosso cinema. Apoiando-se bastante em géneros históricos, épicos e grandes orçamentos, filmes nunca feitos, nunca produzidos e até talvez mesmo delírios que nunca ninguém se atreveu levar avante... Transformando o nosso "cinema" numa espécie de blockbuster tuga, produto comercial e de entertenimento.



Storyline
A reformulação de uma equipa criada para vencer. Uma equipa de sonho que vê pela frente muitos obstáculos com a Liga dos Campeões como fundo, desavenças de balneários, ganâncias económicas envolvendo transferências... A febre do futebol electrizante em duas horas.

Orçamento
14 milhões de euros.
Não havendo nomes conhecidos no elenco (àparte o treinador) os cachets dos diversos jogadores recrutados maioritariamente em divisões inferiores ajudou a que os custos de representação fossem bem menos dispendiosos. O facto de utilizarem um espaço fechado em estúdio para as filmagens de relvado, constituiu um maior domínio no acto de rodagem: Maior controlo nos aspectos climatéricos, iluminação, escolha de ângulos possíveis...
O Product Placement foi um grande trunfo no financiamento deste filme. Totalmente suportado por privados, os patrocínios por parte de grandes nomes empresariais (como CocaCola, Sony e Ford) quiseram estar oficialmente ligados ao filme.

Recepção do Público (Boxoffice)
550 mil espectadores.
Um tema tão adorado pelos portugueses só poderia dar em campeão de receitas. O pormenor das equipas visadas não ser nenhuma das três grandes em Portugal foi fundamental para que não houvesse diligências fanáticas. Assim, todos torceram pelo mesmo final. Isso ajudou também a vender o filme pela Europa fora, onde a adesão foi bem agradável em espanha e Itália, havendo mesmo em Inglaterra um clube de fãs da equipa do filme.

Recepção da crítica
As más línguas arrasaram o filme, acusando-o de se deixar levar na onda do marrasmo nacional: O futebol sobrepõe-se às questões socio-políticas do país, abafando o que é realmente importante para a nação. Fora as críticas negativas, o filme entusiasma com o seu ritmo frenético e jogadas formidáveis non-stop. O futebol é a cura para a nossa população.

Momento-chave do filme
Num jogo memorável, quando o capitão da equipa adversária provoca uma falta de uma violência exagerada que leva o agredido a sair lesionado do campo, agitando os ânimos de toda a gente. Após escarramuças de ambas as partes em pleno campo, o penálti é marcado mas escandalosamente falhado pela vedeta da equipa.


(E acaba aqui esta rúbrica, quem sabe se voltará mais tarde... A todos os que acompanharam os oito filmes todas as semanas, um muito obrigado. Agora, esperemos que haja "tomates" e alguém pegue nalgum destes temas, para regalo de todos os cinéfilos!)

2 comentários:

Anónimo disse...

Se o corrupção foi o q foi... bastava este ser um bocadinho parecido com o Goal e já tá! Sucesso instantâneo... Se fosse a história do Cristiano Ronaldo (pobreza, gajas) então aí é que era festa!

brain-mixer disse...

Quanto a este, eu não gostaria de ver o Benfica, Sporting ou Porto numa produção cinematográfica. Isso alimenta discussões sem sentido em detrimento do apresentado numa obra audiovisual, desviar-se-ia do essencial: Do filme como obra de ficção. Creio que a neutralidade seria o trunfo do filme, tanto mais que seria mais fácil distribui-lo para o estrangeiro, eheheh!

Ricardo, muito obrigado por teres vindo a acompanhar semanalmente esta rúbrica;)
Estás de parabéns!